
Tenho a sensação que vivemos numa era de medo. Vejo as pessoas à minha volta com medo, e não é para menos! Temos medo do Covid-19, temos medo da economia em tempos de crise que vivemos, temos medo de atos de racismo e discriminação, temos medo dos protestos contra esses mesmos atos de racismo e discriminação… e o pior é que tudo isto está a acontecer e não sabemos em quem confiar!
A comunicação social faz nos o favor de trazer as notícias atualizadas do mundo todos os dias e antes que pensem o contrário, sou muito grata pelo trabalho dos jornalistas, sei que o fazem por nós. Mas a verdade é que o volume de notícias a que temos acesso todos os dias e a intensidade das mesmas é assustador! E quanto mais assustados estamos mais medo sentimos… E por isso decidi hoje escrever sobre esta emoção que nos assombra nos dias de hoje, o medo.
Para mim o medo é como um vírus: altamente contagioso e de rápida propagação.
Não quero com isto dizer que o medo é uma doença, nada disso, afinal, o medo existe para nos proteger, e não para nos destruir… mas a verdade é que, como tudo na vida, quando é em excesso é destrutivo sim. E muito! E é por isso que eu acho que é como um vírus, que quanto mais tu o alimentas, mais cresce, mais te consome e mais se contagia…
Mas vamos por partes.
O que é o medo?

Cientificamente, o medo é uma resposta neurológica ao desconhecido, um impulso protetor do teu cérebro que te avisa que o desconhecido não é seguro. Esta é uma das primeiras emoções humanas de que há registo já que o Homem pré-histórico atuava com base no seu instinto, e o medo era o seu maior amigo, aquele que o alertava para os perigos do desconhecido, mantendo-o em segurança.
Neste sentido o medo é algo bom. É algo que te protege.
Mas sejamos realistas: já não vivemos no tempo das cavernas! O Ser Humano desenvolveu-se muito e de muitas formas desde aí e a necessidade de viver apenas por impulso e medo é coisa do passado. Hoje em dia, em muitas situações, o medo é como um limbo, um espaço vazio que existe entre o ter e não ter, o conquistar e não conquistar, o realizar e não realizar. O medo protege-te do desconhecido, e ao fazê-lo impede-te de conhecer tudo o que existe para lá desse limbo… e sabes que mais? Na maioria das vezes, o que encontrarás para lá do medo é muito melhor do que o que tens no lado de cá!
Portanto, vamos deixar o medo físico de lado, o medo que sentes no teu corpo quando realmente estás numa situação de perigo, e vamos falar sobre o medo emocional, aquele que sentes no teu estômago quando estás a ponto de dar um passo no escuro, em busca de algo que esperas alcançar.
Do que é que realmente tens medo?
Existem 3 tipos de medo que nos impedem de avançar e estes são, todos eles, medos projetados ou seja medo de alguma coisa que ainda não aconteceu mas que achamos que poderá acontecer quando tomamos determinada ação. Estes são medos irreais, medos “antecipados e adivinhados” que nos deixam paralisadas, sem avançar em direção aos nossos sonhos.
Dor da perda - “Se eu tomar determinada ação, vou perder algo que é muito importante para mim”
Isto acontece quase sempre que temos de decidir entrar num novo projeto, ou fazer uma grande mudança na nossa vida. A verdade é que muitas vezes queremos aceitar o benefício que essa nova vida nos pode trazer, mas temos medo de arriscar o que temos na nossa vida atual.
Já te aconteceu teres uma oferta de emprego melhor do que o teu emprego atual mas mesmo assim ficares na dúvida se deves aceitar ou não? Aquele medo na barriga que te diz que o que tens é seguro e se calhar o melhor é manter tudo como está? Isso já me aconteceu, mais do que uma vez! Esse é o medo à dor da perda,perda de identidade, perda de benefícios, perda de bens, perda de dinheiro, etc. Tu sabes que ao seguir esse caminho, vais perder alguma coisa, e mesmo que o que tenhas a ganhar seja melhor para ti, o medo existe e é, por vezes, paralisante!
O que fazer?
Quando identificas que o teu medo tem origem na dor da perda, deves imediatamente virar esse medo do avesso, ou seja, pensar no inverso. E o inverso de perda é ganho! Então, em vez de pensar e colocar a tua energia no que vais perder com essa decisão, foca-te no que poderás ganhar!
Dor do processo -“Se eu vou experimentar algo novo, vai ser difícil, desconfortável, eu não vou ser capaz…”
Este é o tipo de dor em que tu tentas adivinhar como te vais sentir durante o processo de mudança, mas a verdade é que se estás a mudar para algo novo, não podes adivinhar como vais-te sentir no processo porque o teu cérebro não tem a capacidade de avaliar o que não conhece, e é por isso mesmo que sentes medo, é por isso mesmo que o teu cérebro emite este impulso que te previne de avançar. Por exemplo, queres perder peso, mas achas que não vais conseguir cumprir com o plano alimentar, ou achas que não vais gostar de mudar a tua alimentação para uma versão mais saudável, ou queres aceitar o tal emprego novo mas tens medo de não ser capaz de te adaptar às novas funções ou nova equipa de trabalho.
O que fazer?
Pensa numa mudança que gostavas de fazer na tua vida. Existe alguma razão para que não tenhas feito essa mudança até hoje, porque talvez na tua cabeça achas que vai ser muito difícil fazer essa mudança?
Quando tu começas a pensar nos desafios do processo de mudança e te focas em todas as dificuldades que poderás vir a passar nesse processo, imediatamente começas a projetar um medo sobre algo que poderá vir a acontecer, ou não, como tal, mais uma vez este medo não é real. Neste caso, o que tens de fazer, é projetar uma forma para tornar o processo mais agradável. Em vez de pensar, por exemplo, vai ser muito difícil ir ao ginásio sozinha todos os dias, procura uma forma de tornar essa experiência mais agradável ao convidar a tua melhor amiga a ir ao ginásio contigo. Quando trabalhas este tipo de pensamento, obriga-te a dar um passo atrás no medo e optar por outro caminho, abrindo-te a oportunidade de progresso ao eliminar um medo projetado.
Medo do resultado - “E se, eu ultrapassar todos os medos e objeções e seguir em frente mas o resultado final não for o que eu estou à espera?”
Este é o medo projetado mais comum, o medo de falhar, o medo de não atingir o resultado esperado, o medo de falhar as expectativas que temos… desilusão. A verdade é que em algum momento da tua vida vais entender que a desilusão faz parte dela… e está tudo bem! Ninguém gosta deste sentimento triste e feio chamado desilusão, mas a verdade é que para alcançares os teus maiores objetivos terás sempre de correr riscos. E algumas vezes vai correr bem e vai conseguir aquilo que queres à primeira tentativa mas outras vezes não, e terás de voltar a tentar, e mudar a estratégia e tentar de novo até conseguir. E está tudo bem!
O que fazer?
Quando sintas esse medo, medo da desilusão, pára para pensar: “o que é o pior que pode acontecer?” Mas tens de te dar a oportunidade de não ser negativa… nem positiva! Adota uma postura neutra, podes até analisar a situação como se fosse para outra pessoa de forma a conseguires analisar os prós e os contras a partir de uma posição neutra.
Recapitulando
Tu não és o resultado dos teus medos mas sim o resultado das ações que tomas para os ultrapassar. Lembra-te que estes 3 tipos de medo emocional, medo que te impede de seguir em frente e dar um passo maior em direção ao teu sucesso pessoal ou profissional, é um medo projetado, é um medo que apenas existe na tua mente. Não é real. Desta forma tu tens o poder de controlar o teu medo, depende apenas de uma boa gestão dos teus pensamentos e dos sentimentos que são gerados por esses pensamentos. A partir do momento em que tu sabes que estes medos são uma criação tua, não podes mais culpar o medo pela tua falta de ação, pois já sabes que TU tens o controlo total da situação.

Quando sentires que a tua vida não está a avançar porque tens medo, pensa em como poderás reverter a situação:
- O que é que eu poderei vir a ganhar ao tomar aceitar o risco?
- O que é que eu posso fazer para tornar o processo de transição mais agradável?
- O que é o pior que pode acontecer? E o melhor?
Lembra-te que estamos a falar de medo emocional. Não me refiro a medo físico, esse que sentes quando vês a tua integridade física ou até mesmo a tua vida em risco. Esse é um medo real e existem outras formas de o superar: Se sentes que o tipo de medo que não te permite avançar é físico e está relacionado talvez com um trauma de uma situação que tenhas vivido no passado, nesse caso aconselho-te a procurar ajuda profissional na área da psicologia ou terapia especializada.
Seja qual for a situação, não deixes que o medo seja a razão pelo qual pões os teus sonhos em espera já que o medo não vai simplesmente passar sem que faças o teu trabalho de superação e essa espera poderá durar para sempre.

Agora que sabes como ultrapassar os medos emocionais, podes correr atrás dos teus objetivos e ir de encontro com o teu propósito de vida, Se tens o sonho de empreender, não sejas refém dos teus medos. Clica aqui para descobrir como eu te posso ajudar a implementar o teu projeto de empreendedorismo digital.

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